terça-feira, 30 de agosto de 2011

Jogos Interessantes

Dois links para joguinhos, no mínimo, interessantes. O primeiro se chama "Bible Fight", e você pode escolher personagens bíblicos para lutarem entre si, no melhor estilo Street Fighter. Para quem não tiver medo de ser excomungado, até que é divertido:


O segundo, menos herético, trata-se de uma luta entre eminentes filósofos de diferentes períodos e lugares da história do pensamento ocidental. Iniciativa divertida e educativa da revista Super Interessante:


Divirtam-se!

sábado, 27 de agosto de 2011

O Poder Transformador da Indiferença

O título pode parecer contraditório ou controverso, visto a indiferença dificilmente poder ser considerada uma virtude, todavia, esse nem sempre é o caso, e nossa sociedade deveria aprender a praticar a indiferença. Bom, na realidade o meu intuito é narrar uma história exemplar, uma parábola se preferirem, para ilustrar o meu ponto de vista.

Tudo aconteceu há mais ou menos dez anos. Voltava eu de uma sessão de Zazen (meditação sentada japonesa) e estava dentro de um ônibus, tarde da noite, numa viagem que levava, mesmo com o adiantado da hora e o trânsito mais tranqüilo, pelo menos uma hora. Esse ônibus passava em frente a uma praça histórica em minha cidade, construída nos tempos da “belle époque” quando se fazia todo o possível para macaquear a atmosfera e o requinte parisiense. Mesmo continuando a ser uma praça muito bela e agradável, há décadas ela deixara de ser freqüentada pela elite burguesa, e tornara-se um local de baixo meretrício.

Pois bem, o coletivo parou exatamente diante da praça, repleta de pobres e tristes putas, eu estava, como normalmente ficava nos ônibus, sentado alheio, pensativo e distraído. Entre os passageiros que embarcaram naquela noite quente, estava uma velha meretriz, de rosto cansado e aspecto maltratado. Até então, o interior do transporte estava relativamente vazio, mas muitas pessoas entraram nessa parada e um dos últimos lugares vagos ficava ao meu lado, rapazinho limpinho e bem arrumado, com a carinha típica da classe média com pretensões burguesas. Antes de sentar-se ao meu lado, ela vociferou alguns rápidos impropérios contra mim, na lógica de que a melhor defesa é o ataque, afirmando que se sentaria ali. Eu encarei com desinteresse seu rosto enrugado e murmurei um “tá bom”, imediatamente retornando aos pensamentos que deixara em suspenso por um instante para ouvir o que ela tinha a dizer.

Pelos próximos vinte ou trinta minutos eu a ignorei, mas não como quem faz força para ignorar algo, simplesmente a ignorei com a maior naturalidade e sem o menor sinal de esforço. Ela não me causava qualquer repulsa ou atração particular, e, naquele momento, era como qualquer outro passageiro que tivesse sentado ao meu lado naquela jornada, uma anônima, nada mais. Perdido em meus pensamentos, fitando a janela e vendo a passagem noturna passando surreal a minha frente, chegou o momento em que a velha levantou-se para deixar a condução. Ela me fitou meio constrangida, sem o sinal da aspereza e agressividade de antes, sorriu se desculpou e me agradeceu, virou-se e nunca mais a vi. Ela deixou para sempre a minha vida, mas habitou até hoje a minha memória.

Seu agradecimento se deveu a minha indiferença, ela não me causou incômodo, ou asco, ou qualquer sentimento desse tipo, não lhe lancei qualquer olhar de superioridade, nem mudei minha atitude anterior, assumindo uma postura defensiva, devido a sua presença. A tratei como a qualquer um que se sentava rotineiramente ao meu lado num ônibus. Apenas mais um estranho que vem e vai. Talvez esse tenha sido um dos maiores gestos de gentileza que aquela prostituta idosa já teve, ser tratada com a mesma indiferença que qualquer passageiro de ônibus merece, sem qualquer atenção indevida ou julgamento devido a sua profissão, ainda mais velha do que ela.

Hoje, dez anos depois desse acontecido, vivemos uma época em que muitos estão profundamente incomodados, pois sua moral sexual se vê abalada. Não que eles mesmos, os incomodados, estejam mudando os seus hábitos, são os outros, que teimam em ser eles mesmos. Homossexuais que teimam e ser e agir como tal, mulheres que insistem em amar outras mulheres, ou em simplesmente não serem submissas. É o fim da família, e com o fim da família, logo se seguirá o fim do mundo! Eu, de minha parte, sinceramente, não ligo a mínima para os gays, é algo que me é profundamente indiferente, eles que sejam felizes como quiserem e como puderem, todos deveriam ter assegurado o direito à “busca da felicidade”. A conduta sexual de alguém, ou melhor dizendo, o gênero que alguém prefere amar, seja o seu próprio ou não, não me diz nada sobre o caráter dessa pessoa. Assim como a cor do cabelo ou dos olhos de alguém não me diz se essa pessoa é legal ou uma sacana.

Os “Bolsonaros” da vida, bem que poderiam se incomodar e se chocar, com aquilo que merece nosso incômodo: os milhares que padecem de fome, que vivem nas ruas, ou que morrem em filas de hospitais. Isso me causa um terrível incômodo e me choca. Alguns, em claro exagero e excesso, se fazem até porta-vozes do incômodo de Deus com relação ao amor que, em sua crença, é perverso e desviante. Bom, se eu realmente pudesse ter algum insight nos pensamentos e idéias do meu criador, certamente me preocuparia com outros de seus pensamentos, o que ele, o altíssimo, pensa sobre os gays me seria profundamente indiferente.

Espero viver para ver o dia em que, um casal homossexual se beijando num restaurante seja tão corriqueiro e banal quanto alguém pedindo um cafezinho, e que isso seja tratado, um mero beijo, com a mais fria e profunda indiferença, sem nenhum incômodo, asco ou repulsa, ou sem qualquer atrativo especial, simplesmente comum.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tony Jaa!!!!


Tony Jaa é um artista marcial, monge, coreógrafo e ator, mais conhecido por sua atuação no filme de artes marciais "Ong Bak", tido por alguns como o herdeiro do manto de Jack Chan. Segundo algumas fontes, Tony Jaa é mestre em Muay Boran, um termo genérico (como Kung Fu) utilizado para se referir as artes marciais tradicionais da Tailândia e Indochina, que guarda caracteríscas similares ao Muay Thai, mas com a utilização de armas, torções, "Katas" e técnicas voltadas para lutas reais sem regras ou equipamentos. Imagens valem mais do que meras palavras:










segunda-feira, 22 de agosto de 2011

RINA TAKEDA!!!




Rina Takeda é a estrela do filme japonês High Kick Girl, um filme de ação e lutas alucinantes com toques de comédia. Excelente pedida para os fãs do gênero. Rina é faixa preta em Ryukyu Shorin-ryu Karate e todas as cenas de ação nos seus filmes são feitas sem a ajuda de efeitos especiais ou arames. Ela é uma fã declarada do trabalho de Jeeja Yanin e uma das atrizes revelação nos filmes de lutas com garotas.








Jeeja Yanin!!!







Atriz Tailandesa, faixa preta terceiro dang em Tae Kwon Do, que estreou em 2008 com o Filme de ação "Chocolate". Imagens valem mais do que palavras:


http://www.youtube.com/watch?v=bPhaQRUIiqM&feature=related












Caramba!!! Genial, Yanin já lançou dois filmes, o segundo foi Raging Phoenix, vamos esperar pelo terceiro.

chikan (痴漢, チカン, ou ちかん)



Mais um post sobre o lado “B” do Japão. A terra do sol nascente é um lugar admirável, normalmente lembrado pela capacidade de mobilização de seu povo, organização e honestidade, mas convém lembrar que toda luz convive com a sombra e que não há, em parte alguma, civilização perfeita. Lembrar disso é bom para evitar o servilismo cultural que é tão comum entre nós brasileiros.

No Japão, há um número alarmante de casos de mulheres  molestadas em trens, ou, como se diz no jargão vulgar “encoxadas”, ou simplesmente apalpadas. A coisa é tão séria que existem vagões nos trens japoneses, nos horários de maior movimento, destinados apenas a mulheres. A prática possui até mesmo um nome específico: Chikan (チカン), nome que designa também o perpetrador desses atos. É comum que pessoas que presenciem essas cenas não façam absolutamente nada, a não ser que a vítima grite “Chikan!”, o que normalmente retira as demais pessoas de sua apatia.

Existem até mesmo placas em algumas estações advertindo as mulheres sobre a alta incidência de Chikan, que é facilitado pela super lotação dos trens japoneses. Existem casos, mais raros, de mulheres que se aproveitam de homens em trens, nesse caso se chama Shijo (痴女). A lei japonesa é leniente e branda com esse tipo de prática, o que reflete a tradição da dominação masculina ainda extremamente forte no país. Se for viajar ao Japão, cuidado com trens lotados.

domingo, 21 de agosto de 2011

Joseph Campbell



Em meus posts, livros, ensaios e artigos, costumo sempre citar as palavras da obra de Joseph Campbell. Como homenagem a esse autor que é uma de minhas mais importantes referências e certamente um dos meus mestres preferidos – mesmo sendo eu um discípulo póstumo – resolvi escrever sobre ele, e não simplesmente citar sua vasta obra ou me apoiar em sua igualmente vasta sabedoria.

Joseph Campbell, ou Joe como os amigos lhe chamavam, foi o maior estudioso de mitologia do século XX, e o criador da mitologia comparada. Ele nasceu na cidade de Nova York no dia 26 de março, em uma família católica de origem irlandesa. Em 1910 seu pai o levou, juntamente com seu irmão mais novo Charlie, para assistir ao “Buffalo Bill's Wild West Show” no Madison Square Garden. Desse dia em diante Campebell nutriria uma paixão e um fascínio inesgotáveis pelos povos americanos nativos. Tamanho era seu deslumbramento pelas histórias e tradições dos povos nativos que, quando sua família se mudou em 1913 para New Rochelle, New York, ele leu toda a coleção de mitologia indígena disponível na seção infantil da biblioteca pública local. Em 1919 um incêndio destruiu sua casa, matando a sua avó e destruindo sua coleção de relíquias e livros indígenas. Em 1921 Joe Campbell a “Dartmouth College” para estudar biologia e matemática, todavia após a leitura de “Merejkowski's The Romance of Leonardo da Vinci” ele descobre as humanidades e se transfere para a “Columbia University” e entra para o departamento de inglês.

Durante os anos de 1924 a 1926 ele se engaja em inúmeras atividades na universidade: atletismo, toca saxofone, em uma viagem de navio a Europa ele conhece e se torna amigo de Jiddu Krishnamurti, que o apresenta a filosofia oriental. Em 1925 recebe o diploma de bacharel em Artes, no mesmo ano participa de competições de atletismo em São Francisco, visita o Havaí e comparece a um rodeio indígena em Yakima, Washington. No ano de 1926 ele retorna a Columbia, onde consegue seu diploma de mestrado, com a dissertação “The Dolorous Stroke” sobre a lenda do Graal.

Durante os anos de 1927 a 1928 Campbell ganha uma bolsa de estudos e viaja a França para estudar com Joseph Bedier, o tradutor de Tristão e Isolda. Seu programa de estudos incluía filologia do romance, francês antigo e provençal. Na efervescente Paris do começo dos anos vinte ele conhece a arte moderna (Picasso, Brancusi, e Braque) e a literatura moderna (Yeats, Eliot e principalmente Joyce). Ainda na França ele faz amizade com a artista Angela Gregory, que esculpe um retrato de Joe Campbell e o apresenta a seu mestre, o escultor Antoine Bourdelle, que o ensina sobre estética. Depois Campbell se transfere para a universidade de Munique com o intuito de estudar literatura em Sanskrito e filologia Indo-européia. Na Alemanha, ele descobre as obras de Freud, Jung Thomas Mann, e Goethe.

Campbell retornou aos Estados Unidos em 1929, apenas duas semanas antes do “crack” da bolsa de Nova York. Tendo desistido do seu doutorado, ele aluga uma cabana em Woodstock (por vinte dólares ao ano) e continua perseguindo seus estudos iniciados na Europa, lendo intensivamente. De 1931 a 1932 ele viajou de carro (um Ford T), parando em San Jose, Califórnia para se encontrar com sua velha amiga Adelle Davis, ela o apresentou ao casal John and Carol Steinbeck, John tornou-se escritor, e, em um de seus livros, há uma festa que foi celebrada em homenagem a Joe. Nessa época ele descobriu a obra do historiador Spengler, e também conheceu o biólogo Ed Ricketts (o único que  tinha um emprego nessa época).

Em 1933, após enviar seu currículo para 83 escolas, ele é aceito na “Canterbury prep school” onde ensina francês, alemão, história e continua estudando Spengler, Mann, Jung, Joyce. Ao final desse mesmo ano, ele se demite e retorna a Woodstock para ler e escrever (compreendo bem essa decisão). Em 1934 Campbell é convidado para lecionar na recém fundada “Sarah Lawrence College”. Ele narra essa passagem de sua vida em alguns de seus escritos e palestras, estava prestes a recusar ser professor novamente, quando olhou ao seu redor e se viu em meio a um monte de belas jovens e pensou que não seria nada mal ficar trabalhando ali. Ele permaneceu no departamento de literatura por 38 anos.  Em 1938 Joe se casa com sua ex aluna Jean Erdman, que fazia parte da companhia de dança de Martha Graham.


Em 1941, Joe conheceu o grande orientalista, que também era amigo pessoal de Jung, Heinrich Zimmer, que o recomendou a Paul e Mary Mellon, os fundadores da “Bollingen Series” (ambos foram pacientes de Jung), e o recomendou para produzir o primeiro volume da série de livros intitulado: “the Commentary to Where the Two Came to Their Father: A Navaho War Ceremonial”, escrito por Jeff King e com pinturas de Maud Oakes.


Após a morte de Zimmer, Campbell trabalhou para editar alguns de seus livros inacabados e, em 1944, finalmente publica seu primeiro livro: A Skeleton Key to Finnegans Wake, escrito em conjunto com Henry Morton Robinson. A história desse livro é no mínimo divertida. Quando o Wake de Joyce foi lançado na América ninguém o entendeu, isto é, segundo Campbell, apenas ele e mais um punhado de Irlandeses malucos conseguiu entender. Pouco depois, Thornton Niven Wilder começou a fazer enorme sucesso com sua peça intitulada: he Skin of Our Teeth, supostamente baseada em lendas e folklore americano, não passava, todavia, de um plágio descarado do Wake. Quando Campbell tentou vender seu livro, nenhum editor quis publicá-lo. Quando ele reparou no que Thornton Niven Wilder estava fazendo, sem dar nenhum crédito a Joyce, eles publicaram uma matéria no jornal desmascarando o autor da peça. Wilder simplesmente mandou as pessoas lerem o livro e compararem os dois. Campbell passou a considerá-lo um canalha ainda maior, pois o Wake é um livro que, há época, era tido quase como ininteligível. Campbell e Henry Morton escreveram e publicaram uma série de artigos de jornal comparando os dois textos frase a frase, mostrando até mesmo algumas cópias descaradas. Com a enorme atenção que receberam da mídia, conseguiram publicar o livro, até hoje tido como uma obra seminal sobre o mais complexo e maravilhoso romance do século XX (e que figura orgulhosamente em uma de minhas estantes). O Wake de Joyce tem grande importância para a obra de Campbell, sua noção de monomito surgiu a partir da leitura da obra-prima de Joyce.

Sua consagração veio com sua obra-prima: The Hero with a Thousand Faces, publicado em 1949, pela Bollingen Series. Esse livro, que inspirou George Lucas a escrever os roteiros de StarWars, foi inúmeras vezes rejeitado por editores, um deles chegou a perguntar a Campbell “quem vai ler isso?”.  Muito mais poderia ser contado, Joe Campbell morreu em 30 de Outubro de 1987 (eu já tinha 9 anos e já lia desde os 4, mas infelizmente só conheci a obra de Campbell por volta de 2001) no ano seguinte, a Sarah Lawrence College estabeleceu a cátedra de Mitologia Comparada.

Meu interesse por mitologia surgiu aos nove anos com a leitura da obra de Monteiro Lobato (aos nove já lera toda ela), mas foi apenas com Campbell que essa paixão floresceu, o primeiro livro que li de Joe Campbell foi o primeiro volume de seu “The Masks of God”. Estava repousando após uma pequena cirurgia e acabara de entrar para a faculdade de História após abandonar outro curso de graduação, o livro me fora emprestado por meu dileto amigo Filipe Jesuíno, doravante não parei mais de ler e reler seus livros, principalmente por que, alguns meses depois, o mesmo amigo me emprestou “O Homem e Seus Símbolos”, bom, até hoje leio e estudo esses autores, mas indubitavelmente, Campbell é o mais prazeroso de se ler e certamente o mais divertido, e cada página de seus livros esconde uma sabedoria profunda e singela que até hoje me encanta e surpreende.


Segue uma lista dos livros de Campbell:



A Skeleton Key to Finnegans Wake. With Henry Morton Robinson. New York: Harcourt Brace & Company, 1944. Last edition published in 1983 by Harcourt Brace Jovanovich. Currently out of print.

The Hero With a Thousand Faces (Bollingen Series XVII). New York: Pantheon, 1949. Second edition, Princeton: Princeton University Press, 1968. Commemorative edition, Princeton University Press, 2004.

The Masks of God (4 volumes). New York: The Viking Press, 1959-1968. Volume 1: Primitive Mythology (1959). Volume 2: Oriental Mythology (1962). Volume 3: Occidental Mythology (1964). Volume 4: Creative Mythology (1968).

Flight of the Wild Gander: Explorations in the Mythological Dimension. New York: Viking Press, 1969.

Myths to Live By. New York: Viking Press, 1972.

The Mythic Image (Bollingen C). Princeton, NJ: Princeton University Press, 1974.

Tarot Revelations. With Richard Roberts. San Francisco: Alchemy Books, 1979, 1982.

Historical Atlas of World Mythology (2 volumes, 5 parts), 1983-1989. Two volumes of a projected four volume series were completed by Campbell before his death. Volume 1: The Way of the Animal Powers. New York: Alfred van der Marck Editions, 1983 (first edition). Also: New York: Harper & Row, 1989. Part 1, Mythologies of the Primitive Hunters and Gatherers. Part 2, Mythologies of the Great Hunt. Volume 2: The Way of the Seeded Earth. New York: Harper & Row, 1988. Part 1, The Sacrifice. Part 2, Mythologies of the Primitive Planters: The Northern Americas. Part 3, Mythologies of the Primitive Planters: The Middle and Southern Americas.

The Inner Reaches of Outer Space: Metaphor As Myth and As Religion. New York, NY: Alfred van der Mark Editions, 1986.
Transformations of Myth through Time. New York: HarperCollins, 1990.

Mythic Worlds, Modern Words: On the Art of James Joyce. Ed. Edmund L. Epstein. New York: HarperCollins, 1993. Second ed., Novato, Calif.: New World Library, 2004
Baksheesh and Brahman: Indian Journal 1954 - 1955. eds. Robin & Stephen Larsen and Antony Van Couvering. NY: HarperCollins, 1995. Second ed., Novato, Calif.: New World Library, 2002.
The Mythic Dimension: Selected Essays 1959 - 1987. Ed. Antony Van Couvering. HarperSanFrancisco, 1997.

Thou Art That : Transforming Religious Metaphor. Campbell, Joseph, and Eugene C. Kennedy. Novato, Calif.: New World Library, 2001.


Sake & Satori: Asian Journals, Japan. ed. David Kudler. Novato, Calif.: New World Library, 2002.

Myths of Light: Eastern Metaphors of the Eternal. ed. David Kudler. Novato, Calif.: New World Library, 2003.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Kancho! (カンチョ)!!!!



Quanto mais eu estudo e aprendo sobre a cultura, história e a civilização japonesa, mais percebo que as pessoas, em qualquer parte do mundo, são completamente paradoxais e sem noção. Kancho –カンチョ – é uma prática extremamente popular no Japão, a ponto de ser mostrada no anime e mangá Naruto (a técnica de Hatake Kakashi Mil anos de dor!). A “brincadeira” consiste em unir os dedos indicadores das duas mãos e enfiá-los bruscamente no ânus de algum desavisado. Exatamente, não pensem que se trata de algum engano, é isso mesmo. Os polidos e distantes japoneses, que se enrolam para dar “dois beijinhos” de cumprimento no estilo brasileiro, e que se envergonham por tudo, que prezam a circunspecção e os modos, fazem essa “brincadeira” uns com os outros. É muito comum no ensino médio e fundamental, principalmente entre homens, mas vem se tornando popular na universidade entre pessoas de todos os sexos.



Mais uma prova de que vivemos num mundo estranho e maravilhoso, quem diria, logo no Japão se fazer esse tipo de pegadinha, existe até mesmo um programa de TV, ao estilo do nosso Pânico, onde a atração é justamente sair as ruas para fazer Kancho em desavisados, algo que não deve ser nada agradável. Se forem ao Japão, cuidado ao olharem as prateleiras mais baixas ou ao tentar pegar uma inocente moedinha caída na calçada!


domingo, 7 de agosto de 2011

THUNDERCATS 2011



Estreou finalmente o aguardado reebot do desenho animado Thundercats. Os gatos trovejantes voltaram em grande estilo, mas pouco lembram o desenho clássico da década de oitenta. Com um visual mangá, numa mistura interessante do estilo de mangá mais contemporâneo com um toque vintage, que lembra muito o visual dos RPGs japoneses como Breath of Fire e os Final Fantasy, a nova série de animação promete.

O roteiro e a maneira como a ação e a trama se desenrolam também lembram os famosos jogos de RPGs eletrônicos japoneses. Ao invés do estilo quase simplório do roteiro original, recheado de lições de moral, diálogos risíveis e personagens que beiravam a caricatura, essa nova série possui um argumento mais sólido e um roteiro bem mais elaborado.



Thundera não é mais um planeta moribundo, nem tão pouco o grupo dos Thundercats são os últimos de sua raça. Esse plágio das histórias do Super-Homem foi deixado para trás. O terceiro mundo é seu planeta natal, e Thundera é uma nação entre tantas outras, e, diga-se de passagem, uma poderosa nação imperialista que domina várias outras. Além da raça dos “gatos” existem raças de cães, lagartos e peixes hominídeos, e várias outras, novamente numa referência clara aos já citados RPGs.



Lion-O é o príncipe herdeiro de Thundera, e um jovem obcecado com a lendária “tecnologia”, Tygra é seu irmão, um rapaz arrogante e guerreiro extremamente habilidoso. Entre os dois existe uma forte rivalidade, mas Tygra respeita a posição do irmão como herdeiro do trono. A espada justiceira (sword of omens no original) apenas revela seu poder nas mãos da linhagem real, e somente o mais poderoso dos reis poderá desvendar seu verdadeiro poder, a capacidade da “visão além do alcance”. Logo no início, Thundera cai vítima de seu mais terrível e lendário oponente, Mun-ra, ainda mais poderoso e asqueroso que sua versão original.




Com seu reino destruído, Lion-O, Tygra, Cheetara e os gêmeos partem em busca da única coisa capaz de reerguê-lo, o livro dos presságios. Diferente da animação original, a nova versão é uma espécie de “novelinha”, como normalmente o são as animações japonesas, algo relativamente raro em se tratando de desenhos americanos, com exceção de Avatar: a Lenda de Ang.

Todos os personagens principais, de uma maneira ou de outra, já deram as caras, até mesmo Snarf, que dessa vez não passa de um gatinho fofo, e não uma ama-seca insuportável. Boa pedida para quem deseja assistir algo novo e de qualidade, todavia, para os saudosistas, a novidade lembra muito pouco o desenho original.