terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Sobre o Arquétipo do Herói

Fui convidado, novamente, a falar aos alunos e ex-alunos do grupo Paideia e, dessa vez, me sugeriram o tema do arquétipo do herói, que eu prontamente aceitei. Como é comum em quase tudo o que diz respeito ao método e a teoria criados por Jung, também esse tema se encontra profundamente obscurecido por preconceitos e concepções equivocadas, logo, me pareceu uma excelente oportunidade para, ao discorrer sobre ele, tentar elucidar alguns dos maus entendidos que pairam sobre o opus de Jung. Tendo em vista essa dificuldade – da existência de toda essa espessa camada de equívocos – e das agruras inerentes ao tema, peço licença ao leitor para recuar um pouco antes de poder avançar, pois, como gostava de lembrar Jung, é preciso recuar para melhor saltar. Sendo assim, nesse nosso recuo, pretendo deixar claras algumas peculiaridades do método que servem para, justamente, evitar descaminhos, além de tratar da noção de arquétipo antes de adentrar a seara a que me propus. Por certo, tanto a limitação de tempo, quanto a dificuldade, que é explicar de maneira sucinta assuntos complicados, farão com que, por maiores que sejam os meus esforços, esse tema seja explorado apenas de maneira superficial.

O estudo da alma humana é, por certo, um dos mais complicados a que podemos nos dedicar, isso em virtude da complexidade do nosso objeto de estudo, que se apresenta como algo extremamente paradoxal. Essa característica, associada à hipótese da existência de um inconsciente psíquico, tornam as coisas bem mais árduas ao pesquisador sério, pois são obstáculos dos quais não se pode desviar sem com isso perder a própria alma. Jung afirmou certa feita que uma teoria ruim pode se sustentar indefinidamente, mas o mesmo não se dá com um método ruim, e sua teoria vem a reboque do método e nunca o contrário, pois ele era um empirista e isso é sempre esquecido, seja por seus detratores ou, o que é pior, por seus defensores.
Como regra metodológica, que surge a fortiori, em virtude das características do campo de pesquisas próprio da psicologia, Jung assevera que uma afirmação psicológica só é verdadeira se, e somente se, eu puder também afirmar seu oposto. Pois toda afirmação psicológica é relativa, ou, ao menos, repousa em um paradoxo insolúvel. Além disso, em termos práticos, e isso é deveras, importante, o único critério de validez de uma hipótese é o seu valor heurístico, isto é, explicativo. Jung possuía um interesse prático e sua teoria não é mera especulação ociosa, mas sim, a tentativa séria de compreender os fenômenos da alma. Creio que talvez esse seja um bom momento para explicar ao leitor o que se compreende por alma (Seele em alemão) na obra de Jung, ou, como prefere o nosso espírito científico, ávido pelo distanciamento trazido por termos gregos e latinos, a psique. De maneira sucinta, de acordo com Jung – citando os alquimistas – a psique é o espelho do SER, é o conhecimento dele e de tudo o que se move nele. Somente a psique é que é objeto imediato do conhecimento, tudo o mais é mediado pela psique, a tal ponto que poderíamos afirmar que a existência física é pura dedução, pois só temos alguma noção da matéria por intermédio de imagens psíquicas. A noção de Jung se afasta da ideia, mais comum, de que a psique é idêntica à consciência do eu, ao contrário, ele estende o conceito de alma para a fórmula: psique = consciência do eu + inconsciente. Ele vai ainda mais longe ao afirmar que a verdadeira psique é o inconsciente, e que a consciência do eu só pode ser encarada como um epifenômeno temporário. Ainda mais relevante, em se tratando do tema em questão, é a percepção retirada da experiência empírica, de que é um equívoco explicar a psique de um ponto de vista puramente pessoal, fundamentalmente, os produtos psíquicos não podem ser encarados como mero arbítrio, não à toa, falarei aqui sobre mitos.

Acredito que seja útil apresentar o que Jung chama de inconsciente (em alemão Unbewusste), para tanto recorro a duas definições que são bastante claras e me agradam sobremaneira, uma delas de M. L. Von Franz e outra do próprio Jung. Von Franz, certa feita em uma entrevista, disse que o inconsciente é tudo aquilo que sabemos ser psiquicamente real, mas que não é consciente. Trata-se de um conceito limítrofe e negativo, e esse conceito negativo é utilizado para se evitar um preconceito. O termo inconsciente é utilizado justamente porque não diz nada. Diz apenas que não é consciente, o que permanece um mistério. Não sabemos o que é. Fundamentalmente o inconsciente é aquilo que não sabemos. Jung, por sua vez, também chamava o inconsciente de fato psicológico real, ou ainda, de fator existencial, irracional, inalienável. Como qualquer pessoa inteligente pode ver por si mesma, as duas definições de Jung são autoexplicativas.

Como parece ter se tornado mais claro em nossos dias, do que quando Jung expôs pela primeira vez sua teoria, há uma universalidade de temas que se repetem nos mitos, para não falar da arte e dos mais diversos fenômenos do acontecer humano. A teoria inicial de Freud compreendia o inconsciente como sendo personalístico, ou seja, seus conteúdos só se tornavam inconscientes pelo mecanismo do recalque ou pelo esquecimento, mais tarde ele veio a admitir a existência de “restos arcaicos” no inconsciente. Para o homem da antiguidade a alma possuía o caráter de microcosmo, o que, por certo, não cabe à consciência do eu. O inconsciente, por sua vez, é outra história. Por definição ele não pode ser circunscrito, e na prática se percebe a mesma coisa, por isso, temos que vê-lo como algo sem limites. A percepção dos antigos, de que a alma corresponde a um microcosmo faz sentido ao se perceber que existem certas constantes que não são adquiridas individualmente, mas existem “a priori”, ou seja, determinações pré-natais de modos de comportamento e funções. Modos de pensar, sentir e imaginar comprovadamente iguais em toda a parte, independente de história, idioma, tradição, geografia ou cultura. Podemos observar, por meio dos mitologemas, essas constantes transculturais e transhistóricas que se exprimem de maneira relativamente idêntica. Podemos contemplar aqui, um dos paradoxos de que falava a pouco, pois o inconsciente é, para usar uma expressão de Jung, a “fortaleza do conservadorismo” fazendo com que exista um comportamento humano típico relativamente constante, porém, esse mesmo inconsciente, é a origem de toda a fantasia criativa.

Como disse antes, Jung repetiu exaustivamente que não era filósofo, mas empirista. Para além de meramente afirmar tal coisa, ele sempre foi rigoroso na aplicação do método empírico descritivo – o mesmo utilizado nas ciências da natureza – mesmo no que concerne ao arquétipo, que muitos consideram filosofia platônica requentada, não há nem um milionésimo de metafísica. Jung reconhece que o termo, arquétipo, possui uma história filosófica venerável e já se encontrava em autores da antiguidade tardia como Filo Judeu (como referência a imago dei no homem). No Corpus Hermeticum deus é denominado de “a luz arquetípica”, o termo também se faz presente na obra de Dionísio Aeropagita como “arquétipos imateriais”, também santo Agostinho falava sobre “ideias que não são formadas, mas estão contidas na inteligência divina”, além de reconhecer e expressar que “Archetypus” se trata de uma perífrase explicativa do idos platônico. Fundamentalmente esses autores veneráveis tratavam do mesmo fenômeno anímico que Jung, mas há uma diferença crucial, pois Jung não faz uso de uma hipóstase metafísica, ele não supõe que se trate de uma realidade metafísica realmente existente em “algum lugar acima do céu”, mas, como cientista e leitor de Kant, ele considera essa realidade anímica independente de sua veracidade ou irrealidade metafísica, pois sobre isso a ciência deve silenciar, restringindo-se ao campo dos fenômenos observáveis.

Nesse sentido, os arquétipos, são, segundo sua expressão, “conceitos experimentais” ou “conceitos empíricos”, isto é, hauridos da experiência empírica e cuja única serventia é a de nomear um grupo de fenômenos análogos e afins, exatamente como o termo artrópode que designa animais invertebrados com patas articuladas. Jung se utiliza de uma interessante alegoria para explicar a sua posição, ele afirma que seus críticos asseveram que os arquétipos não existem e ele confirma essa crítica afirmando o mesmo: os arquétipos não existem, assim como na natureza não existe um sistema botânico, mas isso não significa que devemos negar a existência de famílias de plantas e animais, ou contestar a contínua ocorrência de similaridades morfológicas e funcionais. A alegoria é prenhe de significado justamente em virtude do método empregado por Jung,


Devido à enorme complexidade dos fenômenos psíquicos, um ponto de vista puramente fenomenológico é sem dúvida o único possível e que promete êxito a longo prazo. [...] o campo das manifestações psíquicas, provocadas por processos inconscientes, é tão rico e múltiplo, que prefiro descrever o fato observado e quando possível classificá-lo, isto é, subordiná-lo a determinados tipos. Trata-se de um método científico, empregado sempre que nos encontramos diante de um material variado e ainda não organizado. Podemos ter dúvidas quanto à utilidade e oportunidade das categorias ou tipos de ordenamento empregados, mas não quanto ao acerto do método. (Jung, 2003, p.183).

Jung reconhecia com clareza que toda ciência natural é descritiva quando não pode se basear em experimentos, sem com isso perder seu caráter científico, e, além disso, uma ciência experimental torna-se inviável quando delimita seu campo de atuação segundo conceitos teóricos. Por mais que nessa pequena conferência o tema debatido sejam justamente os conceitos de Jung, é de imensa importância perceber que esses conceitos fazem referência a fenômenos e que procuram compreendê-los. Não se trata de especulação filosófica ou racionalismo aplicado, muito menos de mitologia pura e simplesmente. A remissão ao mito se faz com objetivo e método, Jung também não era mitólogo. Por meio dos mitos é possível estudar a “anatomia comparada” da psique, pois as imagens da fantasia, do delírio e do sonho têm a mesma origem anímica que os grandes mitos e religiões de todas as épocas e lugares. A estrutura fundamental da psique é sempre mais ou menos a mesma, em virtude desse fato, sonhos que parecem ser individuais podem ser comparados com mitos de todas as épocas, no sentido de esclarecê-los por meio da amplificação (de acordo com Franz ampliar significa alargar um tema através da junção de numerosas versões análogas).

Mas, afinal, o que Jung chama de arquétipos? Von Franz nos diz que o arquétipo é a disposição estrutural básica para produzir uma certa narrativa mítica, eles são fatores hipotéticos, você nunca “vê” arquétipos, mas quando nos deparamos com um mesmo tema que se repete em diversas narrativas míticas e que, mesmo com as variações locais, mantêm-se razoavelmente constante isso indica, de maneira indireta, a existência do arquétipo. O arquétipo, ainda segundo Franz, é um pensamento elementar, mas não apenas isso, ele é, também, uma fantasia poética elementar, uma emoção elementar e um impulso elementar dirigido a alguma ação típica, ou, como gosto de repetir: uma disposição, atemporal, acausal, para um comportamento humano típico. Jung afiançou diversas vezes que outros autores antes dele já falavam sobre arquétipos, quando Hubert e Maus discorriam sobre “categorias a priori da fantasia”, já estavam lidando com os mesmos fenômenos. Na perspectiva Junguiana, um mitologema é um elemento estrutural da psique e figuras míticas – como a do herói – correspondem a vivências interiores. Em uma entrevista concedida por Jung no ano de 1955, ao falar de seus críticos ele se utilizou de outra alegoria bastante significativa no que concerne ao seu método e a noção de arquétipo,


É como se eu tivesse uma coleção de minerais, com diferentes pedras em numerosas gavetas. Para fins de orientação, eu etiqueto essas gavetas com descrições das pedras. Esses críticos não estão nada interessados nas pedras mas apenas nas etiquetas. Falar da existência não é a mesma coisa que a própria existência. Palavras e nomes não são objetos. Eu sou um empirista e estou interessado em fatos. O pensamento desses críticos é bidimensional, e eles não têm respeito algum pelos fatos psicológicos.

Depois de todos esses prolegômenos, passo, finalmente, ao tema do arquétipo do herói. Que como vocês devem ter percebido, trata-se de uma categoria, um tipo, que descreve um grupo fenomenológico. Jung tratou desse tema principalmente em sua obra que inaugurou a Psicologia Complexa e recentemente tornou-se centenária, o livro Símbolos da Transformação. O que vou fazer aqui não é mais do que explicar de maneira sucinta as conclusões de Jung nesse livro e recomendo fortemente a leitura do mesmo.

Antes de começar gostaria de narrar uma anedota sobre esse livro, um fulano postou na internet um link para um blog que falava sobre o livro Um Método Perigoso, que deu origem a um filme lamentável, a autora do tal blog fazia uma interpretação bem bobinha dos sintomas da aluna/paciente/amante de Jung Sabina Spielrein. Em um comentário eu retruquei que o próprio Jung oferecia uma análise bem diversa da dela justamente no Símbolos da Transformação, a resposta que eu obtive foi a de que ela jamais lera tal livro e, por isso, ficaria com sua própria interpretação. O tragicômico dessa historieta é que um “junguiano” que jamais leu esse livro seria o equivalente a um psicanalista que nunca se deu ao trabalho de ler a Interpretação dos Sonhos de Freud. Por isso a minha recomendação para a leitura dessa obra. Infelizmente casos como esse estão longe de serem raros e parecem constituir a regra, não a exceção.

De acordo com Jung na referida obra, o Arquétipo possui um efeito numinoso, ou seja, o sujeito é impelido por ele assim como pelo instinto e pode até mesmo ser subjugado por esta força. Numinoso é um termo que Jung toma de empréstimo do teólogo Rudolph Oto e que significa uma existência ou efeito dinâmico não causado por ato arbitrário. Quando estudamos as velhas mitologias é fácil nos esquecermos da profunda emoção e comoção que eles causavam e de seu efeito incrivelmente poderoso do qual a conversão de Paulo é um dos exemplos. Quando eu tinha nove anos, muito antes de ler Jung, eu já lia Monteiro Lobato e, nessa tenra idade me tornara um empedernido racionalista, mesmo assim, me deleitava com as histórias dos mitos gregos e egípcios e, sinceramente intrigado, me perguntava como aquelas pessoas podiam crer em tais disparates – perdoem o anacronismo de um meninote de nove anos – com aquela desconcertante multiplicidade de deuses e deusas. Por essa mesma época, todavia, estava assistindo a TV quando vi uma matéria acerca de uma peregrinação religiosa feita a Juazeiro no interior do Ceará, com uma imensa devoção ao Padre Cícero e a diversos outros santos do catolicismo popular e tive uma súbita realização, o que eu via era exatamente como o antigo culto aos deuses egípcios, mudavam os nomes, mas a mesma emoção, terror e devoção estavam lá, indestrutíveis e atemporais. Esquecemos-nos, com frequência, de que os mitos que foram traduzidos pelos poetas gregos, correspondiam também a rituais, obrigações, tabus e devoções, que eram uma religião organizada e que comoviam de uma maneira muito poderosa esses povos. O Cristo, em certo sentido, pode ser entendido como uma representação heroica e não é preciso dizer o quanto de nossa cultura foi influenciado por seu simbolismo.
Convém salientar algo que Jung afirma e que vai de encontro a certas interpretações reducionistas muito comuns,


[...] Nenhum elemento do mito do herói é susceptível de uma só interpretação e – cum grano salis – todas as figuras podem ser trocadas. Certo e seguro é apenas o fato de que o mito existe e possui inegáveis analogias com outros mitos. (Jung, 1999, p.377).

É um equívoco comum considerar a figura do herói nos mitos como sendo conotativa do complexo do eu, essa perspectiva não é de todo equivocada, para falar a verdade, mas traz complicações, pois somente cum maximo grano salis pode-se sustentar tal coisa com base na narrativa do mito. A interpretação não é, como pensam alguns, colar determinado conceito a uma imagem do mito ou do sonho, essa atitude é pueril e não científica e, o que é pior, nada esclarece. Em certo sentido, o herói é um tipo ideal de vida masculina, o mito do herói é um drama inconsciente que só aparece na projeção – como afiançou Jung, toda mitologia é a essência da alma projetada – assim o herói aparece como o ser que possui mais do que a mera natureza humana, ele é caracterizado como um deus em potencial. Nesse sentido ele é o arquétipo do Si-Mesmo (Selbst), ou, como afirma Franz, a tarefa do herói é a de reparar a situação em que o mundo se encontra mesmo que seja algo terrível e perigoso. O herói é o restaurador da situação sadia consciente e, nesse sentido, ele é uma figura arquetípica que representa o funcionamento do complexo do eu em harmonia com o Si-mesmo, assim sendo ele parece ser o próprio Si-mesmo, pois serve de instrumento ao Si-mesmo e, dessa forma ele é também o Si-mesmo. Ele possui esse duplo caráter. Ainda segundo Jung, o herói é o ator da transformação de Deus no homem (como exposto acima) e corresponde ao que ele denomina de personalidade mana.

Tudo o que é genuinamente simbólico é ambivalente, o equívoco que mencionei acima, de identificar o eu ao herói (de maneira exclusiva e teimosa), possui uma explicação em termos psicológicos, pois essa imagem, em virtude de todas essas características, exerce um enorme fascínio e o eu facilmente cede à tentação de se identificar com o herói, o que acarreta uma inflação psíquica. Há que se salientar que toda interpretação psicológica exige o homem inteiro e que a personalidade do interprete é uma ferramenta fundamental nesse processo, o que a torna, em certo sentido uma confissão subjetiva. Nesse sentido, esse equívoco tão comum, de identificar o eu ao herói, é sintomático dessa perigosa inflação. É importante sublinhar esse aspecto, pois, de acordo com Jung, uma das principais funções da mitologia sempre foi,


Foi este o significado vivo do mito, o de explicar ao homem desnorteado o que acontecia em seu inconsciente, que não o largava. O mito disse-lhe “isto não é você, isto são os deuses. Você nunca os alcançará, por isso volte-se para a sua vida humana temendo e venerando os deuses. (Jung, 1999, p.300).

Como alguém que vai restaurar a situação sadia consciente, e ser o ator da transformação de deus no homem, o herói representa o eu inconsciente do homem, que se revela empiricamente como a soma e o conteúdo de todos os arquétipos, incluindo o “pai”, nesse sentido, o herói é o seu próprio pai e gera a si mesmo (como afirma o Cristo “eu e o pai somos um”). A ativação das imagens da fantasia mítica, em geral, ocorre em virtude de um processo denominado de introversão da libido, o que nos confronta com outro paradoxo, justamente o que separou Freud de Jung, pois este afirma que o inconsciente não sabe apenas desejar, mas também cancelar os seus desejos. O herói representa justamente um esforço na luta contra o inconsciente, da assimilação do eu pela imagem materna, o herói em sua jornada vence os pais, isto é, a fixação em ligações infantis, justamente a relação mais profunda é com a mãe (que se afigura terrível e devoradora), ao vencê-la ele pode renascer sob uma nova forma. Na ligação com sua origem materna se encontra toda a força que o torna extraordinário, esse poder ele liberta das amarras do inconsciente por sua coragem. A peleja contra as forças paralisantes do inconsciente é que dá forças ao homem, é essa a fonte de toda a criação, e, para tanto é preciso coragem heroica para arrancar das garras do dragão a preciosidade dificilmente alcançável.

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