Escrita pelo sensacional Mike Carey e desenhada por Peter Gross (um dos desenhistas da série Lúcifer), e lançada pelo selo Vertigo da DC, é sem sombra de dúvidas, uma das revistas em quadrinhos mais instigantes e inovadoras que já li. Talvez o melhor trabalho de Carey desde Lúcifer.
O tema não é novo, e já foi explorado de maneira magistral por Bill Willigham em seu Fables: Legends in exile. Carey, no entanto, utiliza um enfoque diverso do de Fables, e bem mais sombrio. A temática é algo que me é muito caro, o poder das palavras e das histórias e a sutil relação que esses mundos de fantasia têm com o mundo "real". No caso de Fables, isso é explorado pela perspectiva dos personagens, no caso de Unwritten, principalmente pela perspectiva dos autores e, em certa medida, essa perspectiva surge diante de nós através do testemunho de uma personagem.
A história possui uma metalinguagem extremamente interessante. O protagonista é o filho e um autor de livros, atualmente desaparecido, que se inspirou no próprio filho para criar o personagem principal de seus livros: um jovem bruxo. Para os fãs, o personagem e a pessoa real se confundem, e essa confusão também afeta o protagonista, que frequentemente se vê atormentado por crises de identidade.
O mundo de Tom, o protagonista, começa a ruir quando ele, lentamente, passa a descobrir que talvez ele seja realmente Tommy, o jovem bruxo dos livros de seu pai, e os mundos de fantasia e o nosso passam a colidir de maneira vertiginosa.
Realmente uma revista em quadrinhos imperdível, cada vez mais Carey se firma como um dos grandes roteiristas de quadrinhos ao lado de gigantes como Alan Moore e Neil Gaiman.
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