sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sexta Feira Vermelha

Recentemente, os professores estaduais em greve do estado do Ceará, em protesto na assmebléia legislativa – a casa do povo – foram agredidos pela polícia militar e, alguns dos professores que protestavam, foram presos. Certamente devemos nos solidarizar com esses trabalhadores que, no exercíico legítimo de seus direitos, foram agredidos e aviltados. Isso é o óbvio, diante desses fatos, vemos uma enxurrada de declarações que sublinham e ressaltam simplesmente aquilo que salta ao olhos, que é flagrante e evidente. É óbvio, mas convém salientar, que o culpado dessa situação é o nosso governador Cid Ferreira Gomes, todavia, fujamos um pouco do lugar comum.

O papel do intelectual público é o de complicar o que parece simples, tentar inserir, nem que seja um pouco de problema naquilo que parece muito bem assentado, mas na realidade não está. Bem, a culpa é do Cid, todavia, antes de apontarmos o dedo, e certamente devemos apontá-lo, não me entendam mal, precisamos perceber que existem outras parcelas de culpa. Aqui cabe um ato de contrição quase cristão, a culpa também é nossa, do partido dos trabalhadores (PT).

Certamente devemos criticar o nosso governo, não podemos nos esquivar disso ou poupar críticas, o ato é de um flagrante desrespeito que chega a ser quase obceno. Mas, e é claro que há um mas, devemos lembrarv que somos parte desse governo que trata professores como se fossem marginais. Pinheiro, Nelson Martins, Camilo Santana, são secretários desse governo, que se elegeu com nosso apoio, Antônio Carlos é o líder do governo na assembléia. Essa mesma assembléia que foi palco de violência que nos remete aos tempos da ditadura militar. Onde estávamos quando os professores foram alvo da sanha da polícia? De que maneira a influência do PT nesse governo foi utilizada para ajudar os provebiais “trabalhadores”? o T do PT? Sim, Cid é culpado, aprendeu bem a lições ensinadas por Tasso Jerissate, de discipulo tornou-se mestre e se graduou com louvor, Magna cum laude, mas e nós?

Nosso maquiavelismo deve ser posto em questão, a que preço conseguimos tudo aquilo que conseguimos? Devemos apontar o dedo na cara do governador, mas primeiro, devemos olhar para nós mesmos e nos envergonharmos profundamente de fazermos parte de um tal governo. Não que esse governo seja completamente equivocado e ruim, mas o é em pontos que para nós deveriam ser inegociáveis. Antes de julgarmos, devemos lembrar que, aquilo que para nós deveria ser o cerne, o coração de nossa conduta política, de nossas utopias e ideais foi negociado de maneira maquiavélica. Depois desse ato de reflexão, aí sim os convido a crítica, dessa feita, mais consciente e menos hipócrita.

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