sábado, 2 de novembro de 2013

A história do meu casamento

Amanhã fará exatamente 1 ano que conheci minha esposa, Roxane. A história de nosso encontro é bastante engraçada e inusitada, que o digam meu irmão Iago e nossas amigas Eline e Raquel, mas é uma história para outro dia, talvez para quando já estivermos velhinhos. Por hoje, em homenagem ao nosso “aniversário”, vou contar a história do nosso casamento.
Pois bem, para a nossa família e conhecidos, tudo pareceu acontecer muito rápido. Para nós foi um processo que deveria ter sido bem mais rápido. Até hoje eu lamento o nosso atraso cultural, do fato estarrecedor dos casamentos, por aqui, não serem como no primeiro mundo, como em Las Vegas, por exemplo. Se no Brasil, nós pudéssemos entrar bêbados em uma capela, pagar vinte pratas, e ser casado pelo Elvis, nós já estaríamos fazendo 1 ano de casados, mas o nosso país anda meio atrasado...
Acontece que na nossa terrinha há uma burocracia terrível a ser enfrentado por moços e moças casadoiros, realmente terrível. É preciso testemunhas e padrinhos e uma barrafunda de documentos e, para piorar, quem te casa não é o Elvis! A primeira coisa que soube ao ligar para o cartório – o cartório mais barato e descomplicado que eu achei – era que eu precisava levar um monte de documentos, pagar um taxa, e precisava, antes mesmo dos padrinhos, de testemunhas que fossem lá conosco. Eu já estava de saco cheio de toda essa complicação, que atrasava meu casório, por isso, procurei duas testemunhas que tivessem tempo e disposição para nos acompanhar ao tal cartório. Essas duas qualidades se encontravam reunidas em meus jovens amigos Luan Yves e Eric Lira.
Pegamos a papelada, depois o Eric em sua casa e passamos para pegar o Luan na faculdade, o que demorou um tempão, pois ele estava no meio de uma apresentação, o que não estava nos meus planos, e nem cabia na minha paciência, mas depois que ele terminou sua aula partimos em direção ao cartório. A atendente que trabalhava com os noivos era uma negra simpática, despachada e corpulenta, bem mais desenrolada do que eu podia esperar. Para a minha surpresa, as testemunhas não eram necessárias naquele momento, teríamos que voltar lá depois, com as testemunhas e cada uma delas com um monte de documentos.
Finda essa parte de nossa perigosa jornada em meio aos meandros da burocracia, marcamos o dia em que iríamos retornar ao cartório, que permanecia sem o Elvis. Novamente pegamos nossos dois audazes amigos, que nos serviriam de testemunhas, eu fui até de terno, desnecessariamente. Paramos num estacionamento e, de saída, Luan esqueceu sua mochila no carro, dei a chave para ele voltar e pegar os documentos. Ao chegarmos lá, a senhora despachada e bonachona os colocou para preencher os papéis, até que, ao pedir os documentos, depois de tudo preenchido, Luan percebeu que tinha esquecido um dos documentos obrigatórios!
Todos ficamos alarmados, e meio sem saber o que fazer. Atarantado, Luan saiu e pegou um moto-taxi para ir até sua casa pegar o bendito documento. Segundo minha esposa, que é astróloga, bem nessa hora a lua estava fora de curso, junto com ela nosso casório. O problema com a solução do Luan, é que logo o cartório fecharia! Tentei ligar para outro amigo, mas ele estava sem carro, mesmo assim se dispôs a vir de ônibus. Acontece que, estava por ali, um motoboy amigo do Eric, e a senhora que estava nos atendendo o viu cumprimentando esse fulano. Ela riu, olhou pra mim e disse “ali está a sua testemunha”. Segundo as regras cartoriais, as testemunhas precisavam efetivamente conhecer o casal (e não poderiam ser o Elvis), mas nossa atendente não ligava muito para essas bobagens. Eric tratou de convencer o sujeito a ser nossa testemunha e, finda a coisa toda, resolvemos voltar pra casa.
Acontece que o Luan ainda não retornara, por isso, como bom amigo que sou, deixei com a senhora despachada e bonachona, dois reais para ele tomar um ônibus de volta caso retornasse. Quando estávamos voltando, descobrimos a mochila dele no carro, com seu celular (que tentamos ligar mil vezes para avisar do que estava se passando), seus documentos e dinheiro, bem o que se há de fazer? Soube depois, que ele foi e voltou de mototaxi e, ao chegar à praça do ferreira, escapou do taxista e fugiu com mais de mil sem pagar, chegou esbaforido ao cartório, onde recebeu a notícia de que já tínhamos partido e os dois reais. Ainda mais esbaforido, ele correu até o estacionamento, mas não encontrou nem sinal do carro. Seu estado era tão lastimável que, os donos do estacionamento, lhe deram 6 reais para que ele voltasse para casa.
Dali a vários dias, voltamos ao cartório, eu e minha amada noiva, logo esposa, e nossos padrinhos, Filipe Jesuíno, Sabrina Jesuíno e Nara Maria Forte. Dessa vez a coisa correu sem afobações, ou problemas. Casamos, sem convidados ou família, só esses amigos mais próximos, o que nos aproximou ainda mais, e fomos tomar um café em um local chique e bem bonito. Nara tirou lindas fotos, mas, quis o destino, que um pirepaque no seu smartphone fizesse as fotos serem apagadas, mas ficou o registro em nossos corações.
Pois bem, estamos juntos, desde 3 de novembro do ano passado, quando nos conhecemos, e casados há um tempinho. Já passamos por muitas coisas, muitas mesmo, nem parece ser tão pouco tempo, tantos foram os desafios que encaramos, e que ainda vamos encarar, mas estamos até agora invictos. Meu amor e admiração segue cada vez mais firme e a amo ainda mais do que quando nos conhecemos. Muita coisa mudou para melhor na minha vida, e creio que, eu mesmo, devo ter mudado para melhor. Sei que muitas pessoas torcem pelo nosso casamento, e eu agradeço de coração a essas pessoas que, de perto e de longe, querem o nosso bem. Também sei que há um magote de invejosos que estão se mordendo por causa da nossa felicidade, para vocês, deixando meu budismo de lado, espero que recebam de volta toda a maldade e inveja multiplicada por mil. Eu de minha parte, sigo muito feliz, e grato aos amigos que fizeram e fazem parte dessa história, e ao altíssimo, que parece ter se compadecido desse judeuzinho metido a intelectual e o presenteou com uma companheira para a vida toda...

3 comentários:

  1. Meu amado,

    Foram tantos pensamentos e lembranças agora.... Como ando mais taciturna do que o de costume, acho que você quis despertar, com sua narrativa, o sentimento de felicidade e mais o ápice da diversão e da ALEGRIA, característica que você tanto admira em mim e que faz parte de nossa história, como podem constatar os leitores deste escrito! Ah, como ri lembrando de cada momento! Quando me recordo do estado emocional em que me encontrava quando nos conhecemos...Ah, eu pedia a Deus, todos os dias, como minha pouca fé, que não morresse sem conhecer o que era o verdadeiro amor. Já estava desacreditada. Não encontrava um homem verdadeiramente forte e corajoso, que quisesse embarcar nessa jornada comigo inteiramente. Um bardo-guerreiro, porém com seus defeitos de ser humando, demasiado humano. Não queria viver somente a paixão. Para mim a espiritualidade se relaciona com uma entrega semelhante àquela despertada pelo amor verdadeiro, que sobrevive aos desafios e se fortalece com eles. A parceria, a lealdade, tudo o que leva muito tempo para ser construído, incrivelmente vivemos em 1 ano com muito esforço, muito, muito, muito esforço (é, saturno em escorpião não está para brincadeira, os " iniciados' compreenderão esta ressalva). Drummond, em um dos seus vários poemas sobre amor, escreve que
    "Amor é privilégio de maduro estendidos na mais estreita cama,
    que se torna a mais larga e mais relvosa,
    roçando, em cada poro, o céu do corpo.
    É isto, amor: o ganho não previsto,
    o prêmio subterrâneo e coruscante,
    leitura de relâmpago cifrado(...)


    O poema continua... Como nossa vida. Só que eu quero te dizer é que sinto que nossa relação se lapida e nos transforma. Como astróloga não posso deixar de mencionar esse econntro como algo " escrito nas estrelas" e premiado por uma belíssima conjunção sol-netuno entre nossos mapas e o nodo norte no seu mapa caindo na minha casa 7, na sinastria. Sabia, quando nos encontramos pessoalmente, que seria o homem para toda a minha vida. Você é um parceiro forte e que admiro muito, mas muito mais para além do que as pessoas em geral admiram em você. Para além do intelectual realmente super dotado, há um homem de princípios fortes, coração grtande, um guerreiro nobre, que tem uma marca única e algo a dizer e a realizar neste mundo. Por isso seguir como sua companheira é uma dádiva do destino. Nossos caminhos nem sempre andam lado a lado, nossas missões, tarefas e desafios individuais também não se encontram o tempo inteiro... Entretando, nossos corações estão juntos sempre e compreendemos que sacrifício faz parte do caminho.Eu te amo muito e respeito o ser maravilhoso que você é e se torna a cada dia!

    Beijos intensos e carinhosos de sua esposa apaixonada!

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  2. Caros amigos "Aragão Pinheiro" e Roxane. De minha parte farei o possível para contribuir para sua felicidade. Nesse ponto, porém, acho que nem precisarei trabalhar muito... a felicidade anda sobrando por aí. Espero que seja sempre daí para melhor.

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    1. Marróia, sua contribuição é sempre bem vinda e sempre necessária padrinho, trata de não ficar mais sumindo!

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