Mais um post sobre o lado “B” do Japão. A terra do sol nascente é um lugar admirável, normalmente lembrado pela capacidade de mobilização de seu povo, organização e honestidade, mas convém lembrar que toda luz convive com a sombra e que não há, em parte alguma, civilização perfeita. Lembrar disso é bom para evitar o servilismo cultural que é tão comum entre nós brasileiros.
No Japão, há um número alarmante de casos de mulheres molestadas em trens, ou, como se diz no jargão vulgar “encoxadas”, ou simplesmente apalpadas. A coisa é tão séria que existem vagões nos trens japoneses, nos horários de maior movimento, destinados apenas a mulheres. A prática possui até mesmo um nome específico: Chikan (チカン), nome que designa também o perpetrador desses atos. É comum que pessoas que presenciem essas cenas não façam absolutamente nada, a não ser que a vítima grite “Chikan!”, o que normalmente retira as demais pessoas de sua apatia.
Existem até mesmo placas em algumas estações advertindo as mulheres sobre a alta incidência de Chikan, que é facilitado pela super lotação dos trens japoneses. Existem casos, mais raros, de mulheres que se aproveitam de homens em trens, nesse caso se chama Shijo (痴女). A lei japonesa é leniente e branda com esse tipo de prática, o que reflete a tradição da dominação masculina ainda extremamente forte no país. Se for viajar ao Japão, cuidado com trens lotados.
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